Sobre forte escolta policial, 350 militares do movimento sem terra (MTS) desocuparam ontem a Fazenda Santo Henrique, do Grupo Cutrale, em Borebi, a 320 quilômetros de São Paulo, deixando para trás o rastro de destruição. Além de 7 mil pés de laranja arrancados, foram encontrados 28 tratores, caminhões e sistema de irrigação destruídos, além da sede e seis casas de colonos depredadas e pichadas. Houve furto de equipamentos, móveis, roupas e defensivos agrícolas.
“A impressão é de que passou um tsunami aqui”, lamentou o gerente agrícola da propriedade, Claudinei Ferreti. O prejuízo de nove dias de ocupação pode chegar a R$ 3 milhões. Os sem-terra prometiam resistir à ordem de desocupação imediata dada na terça-feira pela justiça de Lençóis Paulista. Eles bloquearam o portão de entrada com caminhões e distribuíram galões de óleo diesel para atear fogo.
O oficial de justiça Fernando Fabian chegou acompanhado de 120 policiais militares, em 26 viaturas, um ônibus e um helicóptero. “Estamos preparados para usar a força, se for necessário”, avisou o tenente-coronel Benedito Meira, comandante da Operação. O líder Paulo Albuquerque, da direção estadual do MST, pediu tempo. Uma hora depois, avisou que os invasores fariam a desocupação. Informou que o grupo iria para os assentamentos Zumbi dos Palmares, em Iaras, e Agrocento, em Agudos. Quando o último sem-terra saiu, seguindo um comboio – cinco caminhões, um ônibus e mais de 30 carros -, a Policia militar autorizou a entrada da imprensa e de funcionários. A Policia Civil já iniciou a pericia.
Maria Luiza Botter.
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